Desde muito cedo, o ser humano – sendo um animal social e cultural -, aprende o que é adequado ou inadequado com as pessoas com as quais tem contato e pela forma como essas pessoas reagem aos seus comportamentos. Logo, começa a criação dos condicionamentos, crenças e valores que nortearão a forma como a pessoa/indivíduo interage, julga, pesa e decide sobre tudo em sua vida. Todas as vezes em que uma pessoa se comporta de modo diferente do que o grupo a que ela pertence considera ideal, ela sofre. A recorrência desse fato gera um padrão em que o diferente representa sofrimento, dor e mal-estar. Como o mal-estar é contrário à vida e contrário à condição ideal de vida, que é o bem-estar, a pessoa reagirá agressivamente sempre que a pessoa estiver diante do diferente, como num processo inconsciente de preservar o que, para ela, é a ordem. Entretanto, existe um caminho para que a pessoa possa se sentir mais segura e passar a perceber a diferença não como uma ameaça, mas como uma incrível oportunidade de experiência e aprendizado. Para tal, a pessoa gradativamente precisa ir ampliando a abrangência e profundidade daquilo com o que ela se identifica. Quanto mais profundo e abrangente for a identificação – aquilo que ela acredita ser -, menos a pessoa se sente ameaçada pelo diferente, pelo novo ou pelo inédito. Uma pessoa que se identifica com a vida e se sente como uma unidade de manifestação do todo, considerando o todo como tudo o que há no universo, jamais se sentiria abalada pelas escolhas, preferências, crenças e valores de outras pessoas e até mesmo de qualquer outro ser vivo. A nossa capacidade de julgamento é sempre proporcional à abrangência e profundidade de nossa percepção da realidade.
Então, só há uma forma de modificar, resolver e solucionar as questões ligadas ao preconceito e à discriminação: por meio da educação, ampliando o nível de consciência e percepção dos seres humanos.